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Nesta semana, ocorreu na EMEFE Caminhos do Aprender a entrega da medalha de prata da Olimpíada Brasileira de Matemática em Libras para o aluno Pedro Henrique Mazurkevicz. O momento contou com a presença da Secretária de Educação, Adriane Zorzi, da coordenadora pedagógica da SMED, Adriana Razia, da diretora do educandário Gisele Picolli, da professora Elisa Ariotti e outros alunos da escola. 

A professora Elisa Ariotti juntamente com as professoras Fernanda Nardini Tecchio e Bruna Stail receberam distinções da OBMEP e foram homenageadas durante o Congresso de Educação pela sua atuação junto aos alunos e na rede pública de ensino no âmbito da Matemática. 

Elisa reflete sobre a missão de ser professor e da conquista do aluno Pedro.

“Ser professor não é uma tarefa fácil, e ver um aluno sendo homenageado com medalha de prata é um sentimento inexplicável. Essa conquista foi mérito dele e teve um pouquinho de cada professor que passou pela sua jornada acadêmica. Então, estou representando toda uma equipe fantástica da escola, a qual se empenha muito para ver seus alunos conquistando seus objetivos”.

O aluno Pedro Henrique Mazurkevicz  ressalta que "está muito feliz e orgulhoso por ter conseguido chegar lá, e agora mais confiante para seguir estudando. Gosto muito de Matemática e posso ir além, quero continuar estudando depois do 9º Ano”.

A diretora Gisele Picolli ressalta de como a inclusão precisa fazer parte do cotidiano e da agenda que proporcione oportunidades equânimes. “A inclusão abrange a ideia de proporcionar igualdade de oportunidades e tratamento justo para todas as pessoas, independentemente de suas características individuais. Nesse sentido, buscamos sempre meios de oportunizar aos nossos alunos o acesso e participação em competições científicas, literárias e culturais”. 

Por meio de planejamento e esforço em conjunto, os resultados exitosos trazem visibilidade e reconhecimento para a comunidade surda. “Acreditamos que a condecoração do Pedro Henrique mostra que a Escola está colhendo os resultados de um trabalho conjunto: equipe diretiva, professores, funcionários e alunos. Por ser uma escola especial, a condecoração dá visibilidade a toda a comunidade surda de Bento Gonçalves que, por vezes, é invisível para os ouvintes. Mostra também à comunidade surda, as possibilidades para além de suas limitações”, destaca Gisele.

A Secretária de Educação Adriane Zorzi enfatiza sobre a conquista da premiação. “Esta premiação nos deixa muito felizes. Ela é o reconhecimento de um trabalho pedagógico individualizado, utilização de metodologias diferenciadas e a busca dos profissionais em melhorar a comunicação, utilizando LIBRAS e em especial do empenho e amor do aluno Pedro Henrique pelos estudos e pela Matemática.”

Assessoria de Comunicação Social Prefeitura

Fotos: Divulgação/SMED

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Investir na educação é investir na qualidade de vida da população. É educar para ter uma Bento, ainda melhor. Seguindo essa premissa, a administração municipal segue apresentando novas ações para a comunidade. Nesta terça-feira (27) foi realizada a inauguração da Escola Municipal Infantil Professor Jauri da Silveira Peixoto, no bairro Zatt. Além da escola, foi realizado o prolongamento da Rua Sérgio Rodrigues dos Santos e revitalizada a praça do bairro. O valor da obra é R$ 2.779.784,08. 

Com área construída de 884,75 m² a escola infantil conta com salas de aula, playground, solarium, cozinha, refeitório, lactário, sala de higienização, lavanderia, sanitários, área coberta, enfermaria e salas administrativas. "Essa escola era uma grande necessidade para a comunidade. Um espaço para atender os filhos dessa localidade. Um marco muito importante para o bairro Zatt. Eu e a vice Roberta estamos em um grande desafio e o espaço está lindo demais", destaca a diretora Sinara Renosto.

No total, serão até 120 alunos, sendo que atualmente 30 já estão frequentando o local. "É muita emoção podermos entregar um espaço adequado a essa comunidade merecedora, com qualidade no atendimento e na educação. Além de tudo, uma homenagem ao Jauri Peixoto, que sempre lutou para que Bento crescesse de forma ordenada e com um olhar especial para a educação", ressalta a secretária de Educação Adriane Zorzi. 

Cerca de 12 mil alunos já retornaram para as aulas no Município. Neste ano ainda será entregue a EMI Angelita no São Roque; serão ampliadas as vagas no Tancredo Neves e Cohab; foi firmada parceria com Cenecista; e o núcleo da EMTI São Roque UCS.    

Representando a Câmara de Vereadores, Idasir dos Santos, evidenciou a importância da obra. "Hoje é um dia muito feliz, pois essa obra que está sendo entregue é muito merecida pela comunidade, que merece esse olhar diferenciado. Não são só os pais e alunos que estão sendo atendidos aqui, mas o bairro todo. Essa obra valorizou toda a região".          

O prefeito Diogo Siqueira destaca que "este espaço foi se desenvolvendo, o que antes era um local de terra, recebeu drenagem, o cuidado da Prefeitura, e agora se transformou em uma escola e uma área de lazer para toda essa população. Mais um avanço na educação de Bento Gonçalves e uma área que vai abrigar as crianças dessa localidade dentro da qualidade de ensino da rede municipal e ainda é uma homenagem ao professor Jauri, que tanto fez para a cidade".  

O evento contou com a apresentação dos alunos da EMTI São Roque. Estiveram presentes representando o Deputado Estadual Guilherme Pasin, Carlos Perizzolo, vereadores, comunidade, secretários e demais autoridades.

 

Homenagem à Jauri Peixoto 

Como forma de evidenciar a educação, a escola foi nominada em homenagem a Jauri da Silveira Peixoto. A ligação de Peixoto com a educação foi fundamental para a escolha do nome. Em Bento Gonçalves, atuou como professor de matemática e foi delegado de Ensino da 16ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), entre os anos de 1983 e 1986. Exerceu a função de diretor nas escolas estaduais Mestre Santa Bárbara (1973-1977), Dona Isabel (1991-1993), e de professor no então Ginásio São Roque. Além disso, atuou como jogador no Clube Esportivo; vereador por cinco legislaturas (de 1977 a 1982; de 1983 a 1988; de 1993 a 1996; de 1997 a 2000 e de 2001 a 2004); foi vice-prefeito de Bento Gonçalves no período de 2005 a 2008 e atuou em outras áreas da administração pública. 

  

Gustavo Barbieri, genro do homenageado, agradeceu a homenagem. "Bela homenagem feita para o Jauri. Foi jogador, se tornou uma pessoa carismática e pública. Doou sua vida para a cidade e aqui está essa bela homenagem feita junto com a comunidade do Zatt. Ele deve estar muito feliz de ver seus amigos e familiares. Espero que as crianças lá no futuro entendam quem foi o Jauri. Agradeço em nome da família".  

A esposa Vera, filha Fernanda, o irmão João Alfredo e demais familiares estiveram no evento. 

Assessoria de Comunicação Social Prefeitura

Fotos: José M. Estefanon e Rodrigo De Marco 

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De 22 a 26 de janeiro, ocorre no Dall’Onder Grande Hotel, a 27ª Semana Olímpica de Matemática, atividade da Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM). É a primeira vez que o evento é realizado no Rio Grande do Sul, tendo selecionado a cidade de Bento Gonçalves para sediar as atividades. A rede pública de ensino está participando do evento com os professores Rafael Zanovelo Perin e Bruna Stail, da EMEM Alfredo Aveline e quatro alunos: Marco Antônio Grando, da EMEM Alfredo Aveline, Júlia Bertan de Lima, da EMEF Vânia Medeiros Mincarone, e Pedro Henrique Lorenseti e Miguel Lorenseti, da EMEF Agostino Brun.

O professor Rafael comenta que as atividades que o município vem fazendo em prol da OBMEP trouxeram bons resultados. A Secretaria de Educação, no ano de 2023, realizou diversas ações de incentivo, que no final resultaram 70% de aumento no número de alunos premiados em escolas da rede municipal. Ele destaca a oportunidade de estar presente na 27ª Semana Olímpica de Matemática, assim como, para os alunos.

“Participo há alguns anos como professor das atividades ligadas às Olimpíadas de Matemática e essa é uma oportunidade muito interessante e importante para possibilitar aos nossos alunos outras perspectivas na matemática. Não só quanto a conteúdos, habilidades de resolução, mas também a oportunidade para a vida deles, porque com essas premiações podem viajar, ganhar bolsas de estudo, vagas em universidade. Neste evento, eles estão em contato com a matemática de maior rigor, questões de formalização, de generalização, e conteúdos até de graduação. É uma oportunidade para a vida, incentivando bons resultados”. 

A aluna Júlia Bertan de Lima está no nono ano da EMEF Vânia Medeiros Mincarone. Em 2021, ela ganhou Medalha de Bronze, e em 2022, recebeu Medalha de Ouro, ambas pela OBMEP. Ela fala sobre a sua participação no evento. “É uma experiência totalmente diferente do que temos em sala de aula. Está sendo bem proveitoso, pois a matemática é a minha vida”. 

Marco Antônio Grando está no oitavo ano da EMEM Alfredo Aveline, e foi Medalhista de Ouro nos anos de 2022 e 2023 e também já foi bolsista do PIC – Programa de Iniciação Científica Jr. da OBMEP. Ele fala sobre a experiência na Semana Olímpica. “Está sendo bem puxado, pois depois que você aprende, tem que colocar em prática. Trabalha muito a mente. O que estou aprendendo aqui é importante para eu utilizar na escola. A matemática é a base da vida”.

Desde 2016, Samuel Barbosa Feitosa coordena o evento, que é itinerante. Ele ressalta sobre a aproximação que a Semana Olímpica precisa ter com as escolas públicas.  

“Temos o interesse de disseminar a matemática para todas as regiões do Brasil. Dentro dos objetivos da Olimpíada nós queremos melhorar a qualidade de ensino nas escolas, disseminar a matemática para o máximo possível de alunos. Temos um interesse enorme de nos aproximar e trazer a escola pública para o evento. É muito importante conseguirmos colocar sementinhas de matemática de alto nível, dar oportunidade aos alunos de galgar novos horizontes”.

Sobre a Semana Olímpica

A Semana Olímpica, evento realizado anualmente desde 1998, é uma atividade da Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM) envolvendo os estudantes medalhistas da competição. Durante uma semana, os alunos participam de aulas avançadas de Matemática, frequentam palestras de orientação acadêmica e têm a oportunidade de interagir com outros jovens em atividades de lazer.


Participam do evento desde alunos do 6º ano do Ensino Fundamental até estudantes universitários. As aulas são ministradas por um seleto grupo de professores de diversas partes do Brasil e com ampla experiência em treinamentos para competições de Matemática. Além das atividades acadêmicas, o encontro também oferece uma ótima oportunidade para os participantes compartilharem interesses e estreitarem laços de amizade com outros estudantes em diversas regiões do Brasil.

O encerramento do evento é marcado pela realização da Cerimônia de Premiação da OBM, ocasião na qual são premiados os estudantes vencedores de medalhas de ouro, prata e bronze e menções honrosas (cerca de 180 alunos), do ano de 2023.

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O novo modelo de ensino promove conhecimento, estimula habilidades, desperta talentos e prepara o estudante para o futuro - Foto: Gustavo Mansur/ Secom

Promover um ambiente único com diversas possibilidades de aprendizagem. O Ensino Médio em tempo integral no Rio Grande do Sul vai muito além da experiência de passar mais horas na escola, propondo uma formação diferenciada, que promove conhecimento ao mesmo tempo em que estimula novas habilidades, desperta talentos e prepara o estudante para o futuro.

Entre diretores, professores e alunos gaúchos, a percepção é unânime: não basta apenas passar mais tempo na escola. A proposta é que a instituição de ensino seja um lugar acolhedor, que estimule a socialização, a participação dos alunos e o desenvolvimento de novas ideias. A escola em tempo integral é também um convite ao protagonismo dos jovens, à medida que incentiva a criatividade e a autonomia.

O aluno passa a ser visto também na sua integralidade, valorizando-se não só a fixação dos conteúdos básicos, mas também competências socioemocionais. Com mais tempo disponível, é possível ir além do currículo padronizado e abrir espaço para atividades práticas que cativam o interesse dos jovens. O modelo apresenta uma série de vantagens em relação ao ensino regular e vem gerando impactos positivos não só na educação, mas em várias esferas da sociedade.

O sistema começou a ser implantado no Rio Grande do Sul em 2018, quando 18 escolas passaram a ofertar a modalidade. O projeto avançou pelo Estado e, hoje, já alcança 111 instituições de ensino. Em 2024, ele será ampliado, com a adesão de mais 93 escolas, passando a ser ofertado em 204 unidades educacionais.

Essa abordagem coloca o estudante e seu projeto de vida como centro do modelo pedagógico e traz, além da formação geral básica, componentes curriculares como projeto de vida, mentoria, estudo orientado, matérias eletivas, práticas experimentais, pós-médio e projeto de corresponsabilidade social.

A Escola Estadual de Ensino Médio Setembrina, em Viamão, foi uma das primeiras unidades a implantar o modelo, em 2018. Cinco anos depois, a instituição é um dos vários exemplos de que a adoção do tempo integral gera frutos. Atualmente, a escola oferta tanto o Ensino Fundamental quanto o Ensino Médio, atendendo cerca de 500 alunos.

O diretor da Escola Setembrina, Ednilson Roesler, avalia positivamente a adoção do modelo. “A melhor coisa é você conhecer o aluno e poder acompanhar o desenvolvimento do projeto de vida dele. O estudante que chega aqui no primeiro ano do Ensino Médio vem com muitos sonhos, e o melhor é você poder trabalhar isso junto com ele. No final do terceiro ano, é possível perceber como eles cresceram. Esse tempo a mais é justamente para isso: você acompanha o projeto do aluno e vê que a construção está dando certo”, afirmou.

A proposta da escola é trabalhar, ao longo do ano, três grandes projetos, que engajam os alunos, promovem a integração entre as turmas e mobilizam toda a comunidade escolar: a Multifeira; o projeto Brasil, mostra tua cara; e uma apresentação teatral.

No primeiro trimestre, a escola realiza a Multifeira, desafiando os alunos a desenvolverem projetos de iniciação científica; no segundo trimestre, é a vez do Brasil, mostra tua cara, projeto em que os eles expressam, por meio da música, a influência de diversos povos na formação do Brasil. No terceiro trimestre, os estudantes preparam uma apresentação teatral baseada em uma obra literária que eles mesmos escolhem.

Parte do tempo dentro da escola é utilizado para construir e desenvolver cada um dos projetos. Eles conseguem ensaiar, preparar cenários, figurinos e tudo que for necessário para o momento em que apresentam os resultados. “Tempo integral não significa somente ocupar as horas do aluno dentro da escola. Queremos entendê-lo na sua integralidade: na emoção, na inteligência e na capacidade intelectual de desenvolver o seu próprio conhecimento”, acrescentou o diretor Ednilson.

Na Escola Governador Walter Jobim, também em Viamão, que implementou o modelo em 2023, o tempo integral também vem estimulando o protagonismo juvenil. A partir da iniciativa dos próprios alunos, a instituição vem trabalhando diversas temáticas que se apresentam como problemas do mundo contemporâneo.

“Tivemos o exemplo do Interescolar, um campeonato esportivo organizado pelos alunos com a finalidade de trabalhar a imagem que as pessoas têm da escola, convidando outras instituições de ensino para participarem da competição. Foi um sucesso e, para nós, um símbolo do protagonismo deles. Houve também outras ações, que desenvolveram temas como a beleza negra e o bullying. Os alunos procuram entender as problemáticas que estão postas dentro da escola e fora dela para, então, proporem as soluções”, contou o diretor da escola, William Sodré.

Na Walter Jobim, há também uma horta, que é cultivada pelos próprios alunos. Eles cuidam de todo o processo até a colheita. Os alimentos são utilizados na cantina da escola. De acordo com Sodré, como a escola está localizada em uma região marcada pela vulnerabilidade social, a adoção do tempo integral também tem se mostrado eficaz para manter os jovens longe da criminalidade.

O Instituto Estadual de Educação Sapiranga também foi uma das escolas pioneiras na implantação do tempo integral no Estado. Para o diretor da unidade, Émerson Vecchietti, o modelo busca formar alunos ativos e protagonistas do próprio aprendizado. “Temos experiências de alunos extremamente tímidos que hoje se apresentam para um auditório lotado. O espírito de liderança e iniciativa dos nossos estudantes, comparado com as escolas parciais, é muito maior. Não formamos alunos para uma profissão apenas, mas para o mundo, para que saibam interagir e buscar soluções para os problemas”, ressaltou.

Na Escola Estadual de Ensino Médio Senador Salgado Filho, em Alvorada, a aprendizagem não se restringe às salas de aula. “É possível estudar matemática e várias outras disciplinas num espaço de prática diferente. Utilizamos uma metodologia muito diversificada. Começa pela estrutura: os laboratórios de matemática, de ciências, de robótica e de física, além da sala de música. Temos também uma sala de arte ao ar livre que pode ser aproveitada em dias de tempo limpo. O nosso laboratório de informática também é muito utilizado”, ressaltou a diretora da escola, Karen Soares.

Um dia na Setembrina

A orientação principal na Escola Estadual de Ensino Médio Setembrina é criar um espaço atrativo para os estudantes. “A sala de aula é um espaço maravilhoso de conhecimento, mas ele não pode ficar fechado. Ele tem que se abrir para outros espaços da escola”, disse Ednilson.

A Escola Setembrina proporciona estudos de ciências, robótica e arte. Conta com salas maker (ambientes voltados ao aprendizado prático e criativo), sala de arte e um pavilhão, além de um grande palco, onde são desenvolvidos projetos educativos.

A rotina começa cedo e só termina no final da tarde. Os alunos ficam 9 horas dentro da escola. Ao longo do dia, eles fazem quatro refeições na instituição de ensino. A convivência é bastante intensa, o que fortalece os vínculos entre os alunos e os demais integrantes da comunidade escolar.

A aluna do 2º ano do Ensino Médio, Ângela Costa, 17 anos, contou como é a rotina de quem estuda numa escola em tempo integral. “Por volta das 7h15, a escola já abre os portões para os alunos entrarem. Muitos tomam café na escola. Temos cinco períodos de aulas pela manhã, a partir das 8h, e mais quatro períodos no turno da tarde. O café é servido às 7 horas. O almoço, ao meio-dia. Um lanche, às 10h e outro lanche às 15h. E saímos às 17 horas”, relatou.

É na hora do almoço que, muitas vezes, os professores conseguem conversar com os alunos e perceber aspectos que ultrapassam os limites da sala de aula: os educadores dialogam sobre as necessidades, projetos, sonhos, desafios e o que os estudantes estão buscando dentro da escola.

A professora de matemática Milena Rocha, que trabalha na Setembrina há 11 anos e acompanhou a transição vivenciada pela instituição ao adotar o tempo integral, avalia os resultados: “A principal mudança que eu noto é a ampliação da visão que a gente tem dos alunos. No ensino regular, a gente não tem esse tempo para observar o desenvolvimento deles. No tempo integral, a gente consegue ter uma visão do todo, incluindo os aspectos sociais e afetivos. Eu avalio como muito positivo esse estar na escola e poder ir muito além do aspecto do conhecimento científico”. 

No local, os alunos põem em prática todas as tarefas, desde as mais comuns na rotina escolar até as interdisciplinares. Com isso, eles não precisam levar um amontoado de tarefas para casa, porque quase todas as atividades são realizadas dentro da própria escola, com o acompanhamento de um professor.

A aluna do 2º ano do Ensino Médio, Laura Dias, 17 anos, mora em Porto Alegre, mas escolheu estudar na Setembrina, em Viamão, por ser uma escola integral e que oferece educação de qualidade. “Eu fico uma hora no ônibus, mas eu sabia que a escola era muito boa e que iria me ajudar também no meu futuro. Eu gosto bastante da escola. Por mais que seja cansativo, é algo que me ajuda muito em relação a me conhecer melhor e a expressar  minha opinião sobre as coisas”, afirmou.

O período de inscrições para pré-matrículas da rede estadual para o ano letivo de 2024 começa na segunda-feira (13/11).

POR JULIANA DIAS/SECOM

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Danielle Calazans (E) e Stefanie Eskereski ressaltaram nova fase para a elaboração das políticas educacionais no Estado - Foto: Lucas Motzkus/Ascom SPGG

O governo do Estado divulgou, nesta terça-feira (5/9), o resultado do Índice Municipal da Educação do RS (Imers), considerado essencial para colocar em prática a proposta de incluir a educação como critério para a distribuição do ICMS. O marcador – construído a partir da aplicação das provas do Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Rio Grande do Sul (Saers) nas redes municipais de ensino em 2022 – apresenta dados sobre o desempenho nos municípios  com base na avaliação das habilidades em Português e Matemática dos alunos do 2º, 5º e 9º anos do Ensino Fundamental. A taxa de aprovação dos estudantes em todos os anos também é levada em consideração.

O Imers foi desenvolvido a partir de uma parceria entre a Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), por meio do Departamento de Economia e Estatística (DEE/SPGG), com a Secretaria da Educação (Seduc) e o Gabinete do Governador.

Em um índice medido de 0 a 100, o melhor resultado na média dos 497 municípios foi atingido na etapa de Alfabetização (58,51), seguido dos anos iniciais (50,48) e dos anos finais do Ensino Fundamental (44,99). A média dos municípios no índice geral do Imers ficou em 57,19.

O município de Vespasiano Corrêa obteve o melhor resultado do Estado (84,10), seguido de Dois Irmãos das Missões (80,79) e Rondinha (80,26). No final do ranking, Agudo (21,07) e Boqueirão do Leão (22,79) tiveram os índices mais baixos, influenciados pelo baixo comparecimento dos alunos. 

 

Entre os 20 municípios mais populosos do RS, apenas três apresentaram Imers acima de 60: Lajeado (63,90), Erechim (62,95) e Bento Gonçalves (60,91). Porto Alegre obteve o pior resultado entre as maiores cidades do Estado (40,02).  

As informações completas sobre o índice em todos os municípios do Rio Grande do Sul podem ser conferidas nesta ferramenta interativa. No portal, o usuário pode visualizar mapas, tabela de índices e resumo por cidade, além de contar com a possibilidade de realizar download das informações.  

"A orientação do governador é muito clara, de que a educação é nossa prioridade. Com o resultado do Imers, os gestores municipais poderão avaliar os pontos que devem ser aprimorados para qualificar o ensino e aumentar a aprendizagem dos estudantes", ressaltou a titular da SPGG, Danielle Calazans.

"O Imers inspirou-se no caso de sucesso do Ceará – que, embora seja um Estado com renda per capita abaixo da média nacional, melhorou profundamente seus índices de Educação a partir do final dos anos 2000”, explicou o coordenador do Índice e Diretor do DEE/SPGG, Pedro Zuanazzi. “No entanto, nossa metodologia possui aprimoramentos e adequações importantes para o caso do Rio Grande do Sul, de modo que é um índice totalmente novo. Só foi possível criá-lo tendo em vista o esforço fundamental da Secretaria da Educação na aplicação e validação dos resultados do Saers."

ICMS na Educação

A adoção do desempenho na educação como critério para a distribuição do ICMS aos municípios foi aprovada pela Assembleia Legislativa em novembro de 2021 a partir de projeto enviado pela administração estadual. A proposta previa a adoção do critério a partir de 2024, representando 10% do total a ser distribuído aos municípios, com a ampliação gradual do percentual até 2029, quando chegaria a 17%.

Com o novo critério, as provas do Saers serão aplicadas anualmente pela Seduc nos municípios, o que permitirá avaliar a evolução dos indicadores.  

"O Imers representa uma nova fase para a elaboração das políticas educacionais no Estado. Ao mesmo tempo em que fortalece o Saers, também se apresenta como uma ferramenta de gestão e ratifica a importância do uso de dados e evidências na missão de garantir a educação de qualidade", destacou a secretária em exercício da Seduc, Stefanie Eskereski.

Além dos resultados do Imers, está sendo disponibilizada a Participação no Rateio da Cota-parte da Educação (PRE) – que indica, na prática, os valores que serão recebidos pelos municípios a partir do critério da educação. Além do Imers, fazem parte da composição da PRE informações referentes a população, número de matrículas na rede municipal de ensino fundamental e número de alunos em situação vulnerável.

A metodologia foi criada em parceria com a Secretaria da Fazenda (Sefaz), e será divulgada nos próximos dias junto aos demais indicadores que formam o Índice de Participação dos Municípios (IPM) – que é calculado pela pasta e estará disponível para consulta.

POR VAGNER BENITES/ASCOM SPGG

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